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O garoto da camisa vermelha (Otávio Júnior & Agnelo Abu)


A narrativa aborda uma temática atual, muito presente no contexto de discussões sobre condições de moradia, infraestrutura e desigualdade social. Além de abordar o cotidiano de quem mora nessas regiões.

O livro traz como cenário da história uma favela, e um de seus moradores é nosso protagonista - Juninho é o garoto da camisa vermelha. A obra, de uma maneira bem realista trata as problemáticas que os moradores da favela sofrem e que de forma surpreendente é mudada na vida de Juninho, a partir de uma caixa misteriosa, encontrada no lixão que o garoto frequenta.

Esta descoberta proporciona a Juninho o conhecimento de outras realidades, a fuga de seus problemas e ainda uma esperança em sua vida e na de quem se permite ter contato com tal descoberta. Baseado na história do próprio autor, o livro nos fala do encontro entre de uma criança e um livro, aquele encontro que acende uma centelha de esperança capaz inspira transformações e mudanças em sua realidade.

O que será que tem nessa caixa de tão mágico e poderoso?

A narrativa de Otávio Júnior conta com ilustrações de Angelo Abu, que por sua vez propõe um visual de desgaste e envelhecimento ao livro. Utilizando cores como o amarelo queimado e o marrom, distribuídos de forma falhada em meio ao branco. Além disso, o ilustrador traz figuras de fácil visualização e de traços bem realistas que são incrementados pela palheta de cores. Nesse caso entre o marrom, o vermelho, amarelo, cinza e laranja que proporcionam uma sensação de tristeza, obscuridade e inclusive de caos.

Pontos de conversa:

1) Pobreza e desigualdade social;

2) Realidade das favelas e periferias;

3) Trajetória do negro na sociedade;

4) Importância da leitura;

5) Fuga da realidade;

6) Crianças e as diferentes realidades de vida;

7) Desconstrução da realidade por meio da imaginação;

8) Transformação da realidade por meio da educação;

9) Esperança e resiliência;

10)Trabalho infantil;

11)Lixão e descarte de lixo.

Dicas de intervenção:

1) Comecemos pela capa e sua belíssima ilustração. Aproxime a história das crianças: a história será sobre o que? Aconselhamos que você incentive a imaginação e coloque em vista a questão do garoto sozinho, a roupa que usa, e o cenário em segundo plano.

a) O que são os pequenos desenhos dentro do desenho maior? Sugerir que as crianças analisem com mais atenção os desenhos na camisa do garoto

2) Essa história não começa com era uma vez… “ A melodia do grilo foi substituída por uma velha canção, feita de tiros” (pág. 6).

a) Onde será que o garoto da camisa vermelha estava?

b) O que podemos inferir sobre um lugar em que há uma “velha canção feita de tiros”?

c) As crianças já conheceram lugares assim? Como é o lugar em que elas moram?

3) Podemos não saber quem toca essa canção, mas sabemos que “Milhares de meninos e meninas foram dormir escutando essa canção”. (Pag.8).

a) Pergunte o que as crianças gostam de fazer antes de dormir

b) O que fariam se fossem o Juninho? Ou uma dessas crianças?

4) Nessa realidade dura e crua, Juninho viaja. “E o garoto sonhou acordado

a) O que as crianças entendem por sonhar acordado?

b) Questione às crianças sobre o que elas já imaginaram ou qual foi seu último sonho acordado.

5) As ilustrações parecem nos contar sobre o que Juninho sonhava (págs 10 e 11), observe e explore as ilustrações com as crianças. Com o que será que ele está sonhando? O que estará ele pensando?

6) Observando a ilustração e os “olhos de bola de gude”, pergunte: o olhar de Juninho parece demonstrar o que? (Pág. 12)

7) Investigue o cenário da história. (Págs. 12 e 13).

a) Que lugar é esse?

b) O que as crianças sabem sobre as favelas e comunidades semelhantes?

8) Nas páginas 14 e 15, nos deparamos com corredores estreitos, casas amontoadas, fiação por todos os lados.

a) Convide as crianças a pensarem mais como surge uma favela ou um assentamento.

b) Aproxime a realidade da favela da realidade das crianças. Como é a infraestrutura do bairro/cidade que elas moram?

9) Então, nas páginas seguintes, somos apresentados a um novo cenário. “ A porta do lixão. A porta da diversão. A porta da esperança.” (Pags. 16 e 17).

a) Provoque as crianças: O que há de diversão em um lixão? Por que será que ele é descrito como “A porta da esperança”?

b) O que as crianças sabem sobre os lixões? O que será que Juninho faz lá?

c) Perguntar se as crianças sabem que existem pessoas que vivem e trabalham em lixões? Como elas se sentem e o que pensam quando conversamos sobre isso?

d) Em Brasília há um lixão, na sua cidade há um também? As crianças conhecem? Já ouviram falar?

e) Para as crianças que não conhecem, uma maneira de aproximá-las desse cenário é explorar as ilustrações. Observe as pessoas, objetos e animais que estão presente no lixão. Como será que é a rotina nesse lugar? O que será que esses animais comem?

10) Mas algo inesperado acontece, e nos deparamos com uma frase misteriosa: “O mundo cabe dentro de uma caixa”. (Pág.19)

a) Será que isso é possível? Como isso é possível?

b) Será que há dentro?

c) O que as crianças colocariam na caixa delas de mais importante?

11) Descobrimos o mistério! O mundo cabe dentro de um livro”. (Págs.20 e 21).

a) Como que o mundo cabe dentro de um livro? Aborde a questão de deslocamento que temos ao ler uma história “ir para outro lugar”.

b) Que história as crianças contariam para Juninho? Que livros elas sugeririam?

12) Nas páginas seguintes, a relação entre livro e garoto se intensificam:

“O menino nem se deu conta: estava em outro planeta” (pág 22). O que acontece quando lemos uma história? Faça o contraste entre as cores do início do livro (pág.6) com a do final (pág. 22). O que mudou?

13) “O garoto da camisa vermelha dormiu - desta vez, ouvindo uma nova melodia”. Qual será essa melodia?

14) Aproveite para ler a história do autor e do ilustrador. As crianças podem se interessar em saber que essa é uma história real, vivida pelo autor do livro.

Sugestão de atividade:

O garoto da camisa vermelha fala sobre o poder da leitura sobre nós, ela pode nos transportar para novos lugares, até mesmo países e planetas. Mas do que plano de fundo, o cenário de uma história dá informações e nos contextualiza dando dados de realidade e informações implícitas. Como seus pequenos leitores percebem essa questão de deslocamento. Que tal convidar seus pequenos leitores para uma viagem literária?

Outras sugestões:

Seus pequenos leitores ficaram instigados com com a história de Juninho? Aos leitores mais velhos (a partir dos 9 anos), indicamos a leitura compartilhada de Trash, obra escrita por Andy Mulligan, já adaptada para o cinema. Confira a matéria em nosso blog!

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