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Vira-lata (Stephen Michael King)


Stephen Michael King é um autor que faz sucesso entre as crianças e entre os mediadores de nosso projeto. Hoje, chega a nossa revista um livro emocionante do autor. Desde já, lembramos que suas ilustrações primorosas devem ser prestigiadas e aproveitadas - elas são essenciais para compreender não apenas a história de nosso protagonista, mas como de todo o contexto em que ele está inserido.

Seus incríveis livros falam sobre amizade e afetos, e sempre abrem caminho para falar de temas mais complexos e delicados, já passou pela revista duas matérias (você leu certo, DUAS!) sobre sua obra O homem que amava caixas*, que permeia temas como relações entre pais e filhos, dificuldade de comunicação e até mesmo autismo.

Qual o backgroud e tema implícito que encontramos em Vira-lata? … Os desabrigados e moradores de rua das grandes metrópoles, o desemprego, a solidão. Afinal, era impossível fazer uma intensiva sobre o trabalho e não abordar o lado escuro e injusto da dinâmica de produção e do mundo trabalhista.

Temas para conversa:

1) Cães, raças, hábitos;

2) Metrópoles e grandes cidades;

3) Vida na rua;

4) Fome e frio;

5) Desabrigados e sem teto;

6) Abrigos sociais e instituições de acolhimento;

7) Adoção;

8) Desemprego;

9) Família;

10) Pertencimento;

11) Cuidado;

12) Identidade;

13) Injustiça social e pobreza;

14) Descarte de lixo e desperdício.

Dicas de mediação

1) Afinal que é um Vira-lata?

2) Nas primeiras páginas (págs. 4 e 5) somos recebidos com um cenário urbano, convide as crianças a nomearem o que vêem e o que há de comum entre a cidade o livro e a cidade em que mora.

a) “Em uma cidade, vivia um cachorro… que não era de ninguém”. Na sua cidade existem muitos cachorros desse tipo? Como que é?

3) “Ele precisava ser corajoso, rápido e esperto... ” (pág. 6), pause para a narrativa para perguntar “Por que ele precisava ser assim?”. Ajude as crianças a procurarem a resposta na imagem.

4) “Ele comia qualquer coisa que encontrava”, a lata de lixo se contrasta com os lanchinhos dos pedestres na página anterior. Por que os humanos comiam coisas legais (ou comida fresca, saudável, colorida) e o cachorro não? Você acha isso justo?

a) Com as crianças mais velhas, você pode problematizar: são todas as pessoas que têm acesso a comida saudável e fresca?

b) É uma chance até para falar sobre desperdício, descarte de lixo e políticas de restaurantes e mercados que doam alimentos que seriam descartados.

5) “E cada noite dormia em um lugar… diferente”. (Págs. 8 e 9). Não silencie e provoque as crianças usando as ilustrações. Por que as pessoas estão em caixas de papelão ou no banco da praça? Eles se parecem com o vira-lata? Como deve ser procurar um lugar pra dormir, vocês já procuraram?

6) Nas páginas seguintes (10 e 11) o autor brinca com o contraste entre uma cor fria (azul) e uma cor quente (amarelo). Provocando-nos diferentes sensações e sentimentos. Pergunte às crianças: “o que vocês sentem ao ver essa imagem”? (Aproveite para ajudá-las a nomear sentimentos disfóricos melancólicos, sensações de frio e escuridão).

7) A essa altura da história, alguma das crianças já percebeu uma personagem que está sempre por perto? Você, mediador/leitor, quando leu este livro pela primeira vez a notou?

a) Há uma senhora de chapéu e sobretudo que aparece nas páginas 4, 8, 9, 11 e 13. Em algumas partes parece que nosso protagonista sem dono está seguindo-a pela cidade. Para onde ela vai ela carrega uma sacola listrada. Quem é ela? Ela estará também nas páginas 15, 21 e 29, se atente para perceber se as crianças passaram a notá-la.

8) “Certa noite ele encontrou um abrigo” (págs.12 e 13). O que significa abrigo? Ajudar as crianças a compreender o tipo de local abrigo (instituição de acolhimento) e o significado afetivo de lugar seguro.

a) Por que será que é proibida a entrada de cães no abrigo?

9) Uma moça do abrigo tenta expulsá-lo, ele escapa e se esconde. Ao reencontrá-lo ela se pergunta “O que é que eu vou fazer com você?” (página 16 e 17). Aproveite a deixa para perguntar o que as crianças fariam com o cão e o que elas acham que a moça vai fazer.

10) Ele dorme no quentinho e abrigado (sob a cor amarela que já vimos antes!), mas no dia seguinte ele ouviu “Aqui não há lugar para um cão sem dono” e então ele precisa seguir seu caminho. O que ele vai fazer?

11) “‘ESPERA! EI, CACHORRO!’ Uma voz o chamou”. De quem será que é essa voz?

12) Um convite muito especial foi feito,“Você gostaria de ir para casa comigo?”.

a) O que pode mudar na vida dele se ele tiver um dono?

b) A família decide ficar com ele, por quais razões isso aconteceu?

13) Nas páginas 26 e 27, encontramos a porção de nomes que a família considerou em dar para ele.

a) Por que será que ele não tinha nome antes?

b) Curiosamente algumas das ilustrações do cão se relacionam com o nome, as crianças conseguem perceber algumas das conexões? Exemplo: Picasso era um artista, o que ele está fazendo que parece ser coisa de artista?

c) Que nome você daria a ele?

14) Em um passeio com a família, o Vira-lata reencontra aquela senhora do chapéu! (Págs. 28 e 29). Alguém diz: “Quem é o vira-lata mais sortudo do mundo?”. Por que estão chamando ele assim? No que ele teve sorte?

15) A vida do Vira-lata mudou, mas ele ainda precisa ser corajoso, rápido e esperto (pág 30). Por que motivos ele precisa ser assim? Novamente, incentive as crianças a usarem as imagens. Se necessário compare essas ilustrações com as da página 6.

16) Agora, ele não dorme mais em um lugar diferente toda noite, e agora o sentimento é de pertencimento“ele sabe que ali é o seu lugar”. Pergunte às crianças: vocês já se sentiram assim em algum lugar? Qual é o lugar de vocês?

*Viste nossas postagens sobre O homem que amava caixas.

https://www.revistalivrosabertos.org/single-post/2013/05/01/O-Homem-que-Amava-Caixas-Stephen-Michael-King

https://www.revistalivrosabertos.org/single-post/2016/07/16/Revisitando-O-Homem-que-Amava-Caixas-Stephen-Michael-King

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