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A águia que não queria voar (James Aggrey & Wolf Erlbruch)


"Águia que és águia, abre tuas asas e voa!"

Quando nos oprimem, quando massacram nossas origens, esquecemo-nos de quem somos. Temos asas enormes, mas é como se só conhecêssemos o chão. De cabeça baixa, contentamo-nos com os grãos de milhos que nos jogam. Esta história é sobre reencontrarmos nosso coração de águia, nos lembrarmos de nossa essência e voarmos em direção ao sol.


Pontos de Conversa:

Atente às falas das crianças. Reconheça o que cada uma diz. Algumas poderão ficar em silêncio, não as force a moldar o conto em uma ou outra direção. Por ser um conto alegórico, ele é aberto e toca fundo no coração. Deixe que cada criança o receba à sua maneira.


Dicas de mediação:

Obs. Uso a expressão “crianças” ao longo do texto, mas a história será apreciada por pessoas de qualquer idade. O segredo é ser sensível aos tópicos trazidos por cada público.

  1. "Um homem foi à floresta, queria apanhar um pássaro que pudesse levar para casa.”

  2. Quem será esse homem? Por que razões ele pode querer levar um pássaro à sua casa?

  3. “Na floresta, capturou um filhote de águia e, ao voltar paca casa, abrigou o pássaro em seu galinheiro (...)”.

  4. Ilustração: Olhem a expressão dessas aves! O que será que estão pensando? E a águia, como será que está se sentindo no meio dessas aves?

  5. (Discussão entre o homem que prendeu a águia e o naturalista):

- Aquilo ali não é uma galinha. É uma águia!

- É verdade – disse o homem – mas eu a criei como galinha, por isso, em vez de águia, agora ela é uma galinha, mesmo que suas asas abertas tenham três metros de comprimento (...)

  1. Leia sem parar, com bastante expressão, a discussão entre o naturalista e o homem que prendeu a águia. Antes da frase “Foi quando os dois decidiram fazer um teste”, faça uma pausa para ver se as crianças querem opinar ou comentar.

4. As páginas seguintes descrevem as diversas tentativas do naturalista para devolver a águia à sua essência.

  1. Sugerimos que esta parte seja lida sem interrupções, dando ritmo a esta sequência, porém sem correr, dando tempo às crianças de apreciarem as ilustrações.

  2. Leia as falas do naturalista com muita expressão (treine em casa antes). Vale a pena colocar bastante ênfase na frase “Águia que és água, abre tuas asas e voa!”). As crianças podem querer falar a frase juntas com você.

5. A tentativa final, na montanha, se dá em uma manhã esplendorosa (“O sol nascia naquele momento, dourando o topo dos montes. E cada pico rebrilhava na alegria de uma manhã deslumbrante (...).

  1. O texto aqui é de uma beleza tão deslumbrante quanto a paisagem que descreve. Treine para transmitir essa beleza e essa emoção para as crianças.

  2. Este é o clímax da história, seu ponto alto, culminante. Repare que ele coincide com a subida do naturalista e da águia ao ponto mais alto da montanha. Não pare agora, leia com muita emoção até o final glorioso. Treine antes em casa.

  3. Prepare os lencinhos, impossível não se emocionar.

Para depois da leitura: a. Discutam livremente b. Só agora, leia a eles a origem da história, contada em linguagem bem acessível ao final do livro: trata-se de um conto escrito por James Aggrey no Sec. XIX, no contexto da colonização e opressão dos povos do continente africano. Wolf Erlbruch (autor amado de livros consagrados como O Pato, A Morte e A Tulipa e A Grande Questão) recuperou e ilustrou esta história inesquecível. c. Muitas vezes, os participantes ficarão com vontade de saber mais sobre esse contexto, a história da África, colonização e opressão... então tenha ém mãos material para pesquisar e explorar, discutir e debater. Para seu estudo pessoal, sugerimos a obra A Colonização Explicada a Todos, de Marc Ferro (Editora UNESP). d. Em todas as idades, é uma história que tende a trazer à tona lembranças de experiências muito profundas e por vezes difíceis. Exerça a escuta sensível e a compaixão, inclusive com você mesma(o).

Ficha Técnica:

Título: A Águia que não queria voar.

Autores: James Aggrey & Wolf Erlbruch

Tradução (belíssima): Sérgio Tellaroli

Ano: 2012

Editora: Companhia das Letrinhas.

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